Sobre "Cultura e diversidade na América Latina: o lugar da educação musical" de Jusamara Souza
Prof. Jusamara inicia o artigo falando sobre o fenômeno da cultura na américa latina, como ela tem sido desenvolvida de diferentes formas dependendo dos processos coloniais que cada região atravessou.
Ela traz também a etmologia da palavra CULTURA, vindo desde o surgimento da palavra para expressar o cultivo de uma determinada plantação até o sentido de cultura que temos hoje, o que é inato ao ser humano, sua sociedade, sua comunidade e suas características.
Ela então traz a perspectiva cultural para nossos tempos. Fala sobre o nacionalismo brasileiro dos anos 30 que tentou unificar toda a diversidade brasileira em apenas um cultura, discutindo assim a tentativa de esteoritipazação que dialogava com o mito da harmonia racial das três grandes raças brasileiras, o índio, o branco e o negro.
Ela também cita as atualizações dessa cultura com a globalização e a tecnologia, [citando erroneamente que Carlinhos Brown veio do OLODUM e criou o ritmo timbalada. Carlinhos Brown não veio do OLODUM e Timbalada é uma banda, e não um ritmo].
Além de Carlinhos ela cita outros cantores populares que admiro e gosto muito, como Lenine e Zeca Baleiro. E aqui entra minha primeira reflexão. Esses artistas são populares no sentido de serem inspirados por experiências cotidianas, por não fazerem música orquestral ou européia, clássica, seja lá o nome.
Mas se formos para uma comunidade, será que a maioria das pessoas os estará ouvindo?
Quando ela fala da música da periferia, das comunidades, me parece que há um tratamento distinto, quase como se a música "dessas pessoas" fosse tão exótico quanto a música dos indígenas, na perspectiva do europeu.
Trago a questão a diferença entre popular MPB do popular Pagodão. Entre o sertanejo Milionário e Zé Rico do sertanejo Maiara e Maraísa. Entramos na questão comercial, de entretenimento... Mas por ser entretenimento, devemos não tratar delas? Ou tratar com desdém?
Me parece que nos EUA há uma distinção do músico para o enterteiner... Lá eles utilizam esse termo como outro qualquer, sem menosprezar. E isso inclusive cria uma demanda onde os artistas dessa área são super valorizados e têm ótima formação musical, não deixando nada a desejar para outros músicos.