Ideias para adiar o fim do mundo - Ailton Krenak

Este livro é a junção de três palestras que Ailton Krenak faz.

Ele fala sobre um outra perspectiva de entedermos a humanidade, o meio ambiente e o que chamamos de sociedade.

Uma passagem interessante é quando ele fala que entidades como uma pedra e uma montanha são seres que tem suas personalidades e que para quem coloniza ou para quem é "civilizado", isso não quer dizer nada e, de entidade ou "ser", passar a ser um objeto "mercantilizável", que pode ser voltado para produzir algo.

Honestamente gosto muito de acreditar nesa perspectiva, mas tenho que confessar que minha mente, em um primeiro momento, é bastante colonizadora.

Entendo que os processos que vêm sendo desenvolvidos por nossas sociedades consumistas são extremamente agressivas, mas sou colonizado o bastante para não conseguir "romantizar" essa perspectiva mais universal que trata os outros seres como seres tão importante quanto os humanos.

Pessoalmente acho os humanos a pior praga do planeta, não acredtio em salvação, acho que daqui 50 anos vamos estar mais próximo de Elysium do queremos (se já não estamos). 

A mentalidade consumista é muito eficiente, afinal bastam apenas poucas pessoas para fazer merda e muitas pessoas e muita consciência para termos um mundo mais igualitário e mais sustentável. Ou seja, fudeu.

Outra parte que gostei foi da parte que estamos caindo. Não sei se entendi direito, mas gostei da interpretação que fiz, então é isso que vou colocar aqui.

Nós estamos caindo no espaço e estamos assutados, pois cair não é confortável. Algumas pessoas mais sábias sabem que cair é inevitável e aprendem a conviver, entender e se sentirem confortáveis com essa verdade. Outras tentam construir paraquedas coloridos par atenuar a queda, ficam inconscientes do que estão vivendo olhando para as belas cores, se esquecem do seu caminho (ou destino), mas ficam babando olhando para cima.

Recentemente assisti ao episodio 15 milhões de méritos da série Black Mirror. 

O grande discurso do personagem principal é que ele expõe a nojeira que é o mundo que ele vive, onde TUDO é vendido e comprado, artificial... Até a paixão que ele tinha (a única coisa real que sentira até o momento) foi mercantilizada e vendida como uma mercadoria. Após um desabafo sensacional, o próprio desabafo foi mercantilizado e virou uma peça de consumo para os que ficaram depois dele, oferecendo ao produtor uma pequena regalia...

Ou seja. É isso ai, a sociedade de consumo que vivemos se retroalimenta de produção de consumo. Produz algo que não precisamos e nos faz acreditar (e nós acreditamos) que não podemos mais viver sem.

Isso não é sustentável. E ai?

Postagens mais visitadas deste blog

La Casa de Los Espiritus

Concerto na Escola Nossa Senhora de Nazaré | 27/03/2018

Apresentação da iniciação musical para o CMCDA | 17/07/2019