Interculturalidad y colonialidad del poder, de Catherine Walsh
WALSH, Catherine. Interculturalidad y colonialidad del poder. Un pensamiento y posicionamiento “otro” desde la diferencia colonial. In: CASTRO GÓMEZ, Santiago; GROSFOGUEL, Ramón (Comp.). El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores et al., p. 47-62, 2007.
"Em outras palavras, a lógica da interculturalidade compromete um conhecimento e pensamento que não se encontra isolado dos paradigmas ou das estruturas dominantes; por necessidade (e como um resultado do processo de colonialidade) essa lógica "conhece" esses paradigmas e estruturas. E é através desse conhecimento que se gera um "outro" conhecimento. Um pensamento “outro”, que orienta o programa do movimento nas esferas política, social e cultural, enquanto opera afetando (e descolonizando), tanto as estruturas e os paradigmas dominantes quanto a padronização cultural que constrói o conhecimento "universal" do Ocidente." (WALSH, 2007, p. 15-16)
Sobre interculturalidade:
"O objetivo não é a mescla ou a hibridização das formas de conhecimento, nem uma forma de invenção do melhor dos dois mundos possíveis. Pelo contrário, representa a construção de um novo espaço epistemológico que incorpora e negocia os conhecimentos indígenas e ocidentais (e tanto suas bases teóricas quanto as experimentais), mantendo consistentemente como fundamental a colonialidade do poder e a diferença colonial da qual vêm sendo sujeitos. Surge aqui a possibilidade de falar em uma "inter-epistemologia" como uma possível forma de se referir a esse campo relacional.(WALSH, 2007, -p. 17-18)
Interculturalidade / Multiculturalidade
Pelo o que entendi, Multiculturalidade é integrar outras culturas de acordo com a cultura dominante, e Interculturalidade é, de fato conhecer outras perspectivas socio-políticas. Walsh nos diz que essas perspectivas políticas podem ser cooptadas pelo sistema colonil hegemônico, para dar a desculpa de incluir os povos subalternizados, sem no entanto reparar os danos históricos ou apenas "cumprir a função", estereotipando esses povos no ensino. Portanto, a questão não é o termo em si, mas a utilização do termo.
"Falar em um "posicionamento crítico fronteiriço" significa reconhecer a capacidade do movimento de entrar em/ ir para dentro do trabalho com e entre os espaços social, político e epistêmico, antes negados, e reconceitualizar esses espaços através de formas que respondam à persistente recolonialização do poder, olhando para a criação de uma civilização alternativa." (WALSH, 2007, p-25)
Objetivo é criar uma civiliação alternativa, em detrimento da constante recolonização.